Estudos do âmbito da neurociência têm permitido uma análise cada vez mais
especializada do processo de ensino e aprendizagem, obrigando a escola atual
a repensar velhos modelos. A plasticidade cerebral possibilita a interligação
de processos morfológicos, fisiológicos e comportamentais, permitindo, por
exemplo, reter e arquivar nova informação. Contudo, as funções cognitivas
são potenciadas quando a criatividade é estimulada desde cedo. Desta forma,
cabe à escola a maximização de oportunidades de expressação criativa nos
processos de ensino e aprendizagem, fortalecendo comportamentos que
preparem o aluno a pensar de uma maneira autónoma, flexível e imaginativa.
Assim, a importância que a escrita criativa assume passa, também, pelo
domínio desta competência, potenciando a aprendizagem e motivando o
desenvolvimento do pensamento divergente e o papel que a criatividade pode
ter para encontrar soluções, quer a nível académico, quer a nível social e
profissional. É de realçar, também, o facto de a escrita criativa contribuir para
a auto - disciplina e domínio do processo de escrita, implicando organização do
pensamento, a necessidade de este ser ordenado, claro e conciso, a par do
domínio acrescido da competência gramatical, essencial à produção de um
discurso percetível pelos outros e coerente. Por outro lado, na sociedade
atual, os conhecimentos renovam - se rapidamente em consequência do
progresso científico e tecnológico, obrigando o indivíduo a desenvolver
capacidades de adaptação a novas circunstâncias e situações. Nesse sentido,
desenvolver o potencial criativo pode significar a sobrevivência no próprio
mundo laboral, para o qual a escola deve preparar o indivíduo.